domingo, 12 de agosto de 2012

pouco a pouco


desponta o sol quando o frio insiste em me perseguir.
começa pela ponta dos dedos dos pés e invade-me o corpo
pouco a pouco
sinto o frio a percorrer-me os braços
a chegar onde nunca poderão chegar as tuas mãos
deixo-me ficar por aqui estendido
percorrido pela ausência
entorpecido
não tenho forças para derramar lágrimas
o frio leva tudo
a vontade de amar
a vontade de sonhar
dedico-me à solidão
à solidão das palavras escritas
viver impede-nos de sonhar
e este frio impede-me de viver